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18 outubro 2013

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Peixe-Galo
ROGERIO SANTOS

Numa banca do Ceasa, como por milagre, um peixe-galo ainda agonizava.
Entorpecido em seu último suspiro, erguia a crista com orgulho e pensava na placa que imaginava trazer em si fincada: "é proibido pescar na desova".
Triste fim de um bravo mártir, acabou foi sem escama.
Sentiu um frio na espinha e partiu ao repartir.
(a placa, na verdade, determinava o preço inflacionado do quilo de sua carne fresca)




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